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sábado, 18 de maio de 2013

Escolas públicas do interior de Alagoas sofrem com período chuvoso


O período chuvoso que atinge Alagoas vem agravando a situação de duas escolas do interior do estado. Na cidade de Piranhas, localizada no sertão alagoano, os problemas vão além da estrutura do prédio. E, em Penedo, município a 160 km de Maceió, os alunos foram transferidos em virtude do risco de desabamento.
A Escola Estadual Hermílio de Freitas, em Penedo, já foi premiada pela excelência da qualidade na gestão escolar e, em 2012, dividiu com uma outra unidade de ensino a melhor nota do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) em Alagoas: 5,4.
Entretanto, apesar do bom rendimento na qualidade de ensino, a escola fechou as portas para os alunos. A medida foi tomada em consequência de problemas estruturais do prédio. A pedido da direção, a Defesa Civil Municipal realizou uma vistoria no local e emitiu um laudo apontando risco de desabamento devido aos problemas no telhado e no forro, além de infiltrações e defeitos na parte elétrica.

A instituição também foi notificada pelo Corpo de Bombeiros, que recomendou à direção a apresentação de um projeto contra incêndio e pânico em um prazo de 30 dias. O local apresenta infiltrações e defeitos na parte elétrica. “Esse pedido de socorro já vem sendo feito há muito tempo e, quando se fala de vidas em risco, a gente não pode ficar calada”, diz a diretora da escola, Fátima Marinho, ao relatar que os problemas agravaram-se com a chegada das chuvas.
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A falta de estrutura também afeta o conforto dos alunos. Um espaço apertado e sem ventilação é utilizado como sala de leitura. Nos banheiros, há portas quebradas. O mesmo acontece na cozinha, onde os armários estão danificados e a geladeira enferrujada.
Há uma semana, desde a emissão dos laudos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros, os cerca de 200 alunos matriculados do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental foram dispensados. Os pais aprovaram a decisão. “Nós queremos a segurança dos nossos filhos”, resumiu Fábia Costa, mãe de um dos alunos.
Em Piranhas, no Alto Sertão, os alunos e os funcionários da Escola Estadual Xingó II também clamam por uma reforma no prédio. Os problemas estruturais, que se agravaram com o período chuvoso, intensificaram-se ainda mais porque as salas de aula estão com telhas quebradas. “A sala está toda molhada, assim fica difícil estudar”, afirma uma aluna.
Outro problema ainda não resolvido é a falta de professores. Sem aula, os alunos ficam esperando a hora de ir para a casa. “Falta professor de geografia, português e de diversas outras disciplinas. Quando chega no final do ano, nós não temos nenhum ponto por falta de aula. E a gente acaba não passando de ano”, relata um dos alunos.
Os cerca de 600 alunos da unidade estão sem merenda, já que o estoque de comida não atenda a demanda. Geladeiras e freezers estão vazios. “Atualmente, só estávamos entregando suco e biscoito” conta a merendeira Ângela Merisse.
O coordenador pedagógico da escola, Ribamar Paiva, é outro a ressaltar a necessidade de reforma no prédio. “Nosso interesse é dar as melhores condições aos nossos alunos, aqui é a segunda casa deles. Mas, para isso, precisamos de estrutura”, expõe.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, as duas escolas mostradas na reportagem vão ser reformadas após o processo de licitação, que está em fase final. Enquanto isso, os alunos da Escola Hermílio de Freitas, em Penedo, assistem aulas em outra escola. Já os estudantes da unidade de Xingó serão transferidos, em junho, para outro anexo.

Sobre a falta de merenda, o Conselho Escolar vai ter de dar entrada em cartório para garantir a compra dos alimentos porque a diretora da escola está afastada. Quanto a falta de professores, os gestores da secretaria informaram que vão manter as aulas com monitores.

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