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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Precariedade das escolas atrasa ano letivo em Barreiras


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Distribuídos nas 87 escolas do município, mais de 20 mil alunos aguardam o início das aulas

Janelas quebradas, paredes sujas, rede elétrica e hidráulica em decadência, portas sem fechaduras, banheiros inutilizáveis, falta de carteiras, ventiladores e lâmpadas, além de muitos outros problemas de infraestrutura. Por esses motivos, a Secretaria de Educação decidiu adiar o início do período letivo na rede pública municipal de ensino – previsto para começar na primeira semana de fevereiro. Segundo o novo calendário escolar, já elaborado pela secretaria e que depende da aprovação do conselho, as aulas deverão iniciar no dia 04 de março.
De acordo com o secretário de Educação, Cosme Wilson Pereira de Carvalho, que assumiu o cargo há apenas um mês, foi feito um levantamento da situação de todas as escolas que, em breve, passarão por reformas e melhoramento de suas condições. “Tivemos que esticar o início para esta data, uma vez que precisamos preparar as escolas para suprir as demandas do ensino. Encontramos escolas muito depredadas, precisando urgentemente de limpeza geral, recuperação da estrutura física, readequação do patrimônio permanente, como carteiras, cadeira de braço, ventiladores, enfim, muita coisa. As reformas devem começar através de um mutirão em fevereiro”, antecipou o secretário.


Entre as instituições que aguardam reforma está o Centro Educacional Luiz Viana, no bairro Vila Brasil. Com aproximadamente 750 alunos matriculados, a condição da escola é de total precariedade. “A nossa situação aqui não é das melhores. Faltam carteiras, móveis e necessitamos urgentemente de reparo em todo o prédio”, comentou a vice-diretora, Silvana Helena dos Santos. A diretora da Escola Municipal Iazinha Pamplona, Nereide Escobar, por sua vez, também reclama da falta de estrutura e conforto. “Esperamos que essa reforma aconteça, conforme previsto, pois de outra forma é quase impossível iniciarmos as aulas com a escola neste estado”, alertou a diretora chamando a atenção para os sérios problemas nas instalações elétrica e hidráulica, escassez de móveis, janelas quebradas e falta de salas. Localizada no bairro Ouro Branco, a escola possui até o momento 400 alunos matriculados e atende o Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Atualmente, o município de Barreiras possui 87 escolas que atendem crianças, jovens e adultos. Durante o levantamento, foi detectado que até mesmo as construções novas apresentam problemas. É o caso do Colégio Municipal Padre Vieira, inaugurado há cinco anos. O material utilizado já se deteriorou. “O forro da instituição foi feito de isopor, que rachou e caiu. As divisórias das salas de aula, feitas com gesso, também foram destruídas e perfuradas pelos próprios alunos”, relata o secretário.
Outra ação da secretaria será a construção de um passeio para deter as enxurradas da chuva que invadem a Escola Municipal Carmosa Francisca da Silva, no bairro Morada da Lua. A obra de pavimentação elevou o nível da rua, facilitando a entrada de água e lama, trazendo riscos até de alagamento. “Temos um mês para fazer tudo isso. Esperamos que dê tempo. A ideia é fazer um mutirão municipal na primeira semana de fevereiro. Através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), realizaremos essas obras o quanto antes”, assegura o secretário.
Reformas e manutenção das escolas
Pela Lei do Fundef, até 40% da verba pode ser destinada para reforma de escolas e compra de material didático. De acordo com o levantamento realizado pela Secretaria de Educação, em Barreiras, a maior parte das escolas municipais não recebeu assistência para essa finalidade nos últimos quatros anos, inclusive, existem instituções que, há mais de oito anos, não recebem ao menos pintura. “Existem escolas que foram reformadas, mas não receberam manutenção. Este talvez seja o pior agravante das gestões anteriores quando o assunto é educação”, afirmou o secretário, enfatizando a postura ultrapassada de muitos gestores. “É preciso mudar o pensamento. Existe uma visão de descontinuidade na cabeça de certos prefeitos, onde cada governo é um novo começo. Eu penso diferente. Temos que conservar os patrimônios públicos, para que, em cada final de gestão se tenha condições de dar continuidade e não ter necessidade de recomeçar”, analisa.
Atraso do ano letivo
Enquanto nas escolas estaduais e particulares, a maioria dos alunos já voltou de férias, os alunos da rede municipal ainda aguardam o retorno das aulas por conta das necessárias reformas das escolas. Esse atraso tem trazido preocupação para os pais dos alunos. A autônoma Danúbia Souza, que tem um filho estudando no Centro Educacional Sagrado Coração de Jesus, teme que esse atraso prejudique a vida escolar do seu filho. “Eu fico muito preocupada, as crianças podem se sobrecarregar e, consequentemente, se prejudicar. Entendo que as escolas precisam de reforma e esperamos que esta realmente justifique esse atraso”, disse a mãe.
Para complementar a carga horária, de forma que os alunos não se prejudiquem, o calendário escolar prevê a realização de aulas nos sábados, atividades complementares e uma Semana Pedagógica entre os professores, que deverá acontecer antes do início das aulas. “Não queremos que os alunos saiam prejudicados”, finaliza

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